quarta-feira, 10 de maio de 2023

Palavras mordidas

 

Palavras mordidas que não se calam

Que não se interagem

Que se desconectam

E se desconstroem.

 

Fazendo de si 

Sua própria sobrevivência

 E que não se entregam

A serpente que busca ferir

Sua regência.

Que fere sua voz

E tenta intimidar seu grito

Pela justiça e liberdade.

 

Palavras mordidas que não se calam

Que assopram os ouvidos da redenção

E que por não se aliarem ao senso comum

Fazem-se passar por observadoras do cotidiano

E daqueles que se infiltram na multidão.

 

Palavras que mordem o descaso

E ferem as vozes daqueles

Que se embriagam da opressão

Fazendo-se passar pela salvação.

 

Palavras mordidas

Munidas de tentativas e incompreensão

E que ao dar voz a sua própria rebeldia

Torna-se a fala que move

Suas referências

Para se chegar aonde sempre

Desejou estar.


Hugo Paz

 

 

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